6 de novembro de 2007

Marduk - Rom. 5:12

Blooddawn Productions/10 faixas/55:24



Por Heder Osny

Eu não sou um grande fã de black metal. De fato, são poucas as bandas do estilo que conseguem mexer comigo, sendo os exemplos mais claros o Sarcófago e o Bathory(mas também, se Sarcófago e Bathory não conseguirem mexer com você, provavelmente você nem deve curtir metal extremo!).
Levando isso em consideração, eu não tive MUITO interesse em ouvir este novo play do Marduk. Minha opinião sobre a banda, até então, era a de que eles fizeram um ótimo disco no Panzer Division Marduk, mas depois passaram a se repetir perigosamente. Não é uma maravilha que ainda possamos nos surpreender neste mundo?
Este Rom. 5:12 não é nada menos que uma verdadeira OBRA DE ARTE! A começar pelo título, uma citação bíblica de um trecho que fala sobre como através de um único homem o pecado e a morte entraram no mundo. Ora, supor que isso significa que o Marduk "virou white" seria tão ou mais ingênuo que supor que o Celtic Frost fez o mesmo em seu Monotheist, ou seja: Passa longe da verdade.
O que temos aqui são letras provocadoras, que chegam ao ponto de usar linguagem bíblica para discursar contra o cristianismo. Isso não é coisa para qualquer um. E quanto à música? Bom, como já disse acima, o Marduk conseguiu me surpreender neste play. Nada de "Panzer Division - Part IV", mas sim um belo de um disco de black metal do jeito que o estilo deveria ser: guitarras pesadas, vocais agressivos(não forçados) e o mais importante: VARIAÇÃO RÍTMICA! E cara, o Marduk dá uma verdadeira AULA de como imprimir RITMO ao black metal sem se afastar um milímetro do estilo. Aqui encontraremos tanto arrasa-quarteirões como The Levelling Dust ou Voices From Avignon quanto pancadas mais cadenciadas, como Imago Mortis(de uma forma estranha, essa música é quase DANÇÁVEL!?!?!?!?!?) ou Accuser/Opposer (na qual pela primeira vez a banda emprega vocais limpos, apesar da noção "mardúquica" de vocal limpo ser muito mais agressiva que a média).
O saldo geral é positivo, e eu recomendo o disco de olhos fechados não apenas para fãs de black metal, mas para qualquer um que curte um som altamente agressivo e com a dose necessária de técnica para não ser nem analfabeto musical e nem virtuose.

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