Century Media/12 faixas/45:28
Por Heder Osny
O Paradise Lost é uma banda que sempre primou pela sua versatilidade e inventividade, sendo capaz de mudanças de estilo impressionantes ao longo de sua carreira (é impressionante que de Lost Paradise até Icon a formação tenha se mantido a mesma, tamanha a diferença entre esses álbuns), e por vezes até mesmo dentro de um mesmo disco (notadamente no Draconian Times). Neste In Requiem, a história não é diferente. Temos aqui uma banda que com toda a sua experiência de estúdio e estrada já sabe perfeitamente não precisar provar nada a ninguém e sente-se à vontade para fazer o que faz melhor: Criar de maneira livre.
O álbum aponta para uma tendência que vem aos poucos se consolidando entre bandas de sonoridade mais sombrias/melódicas, que é o retorno às raízes de um som mais agressivo, como pode ser visto também no excelente Memorial do Moonspell e mesmo no fraco Thornography do Cradle of Filth. Mas o assunto aqui é Paradise Lost! E os ingleses mostram mais uma vez um trabalho de respeito! No espírito de "volta às origens", pela primeira vez desde o Lost Paradise não estão presentes os arranjos de guitarra melódicos que caracterizaram a banda por um bom tempo. Além disso, Nick Holmes, que recentemente tinha recuperado o seu estilo "hetfieldiano" de cantar aprofundou a voz um pouco mais, e em algumas passagens chega perto dos urros usados nos tempos de Shades of God. Porém, diferente daquele álbum, aqui Holmes também faz uso dos vocais limpos quase góticos usados em One Second e Host, por exemplo. O álbum todo apresenta um equilibrio inteligente entre o peso e os elementos melódicos, apesar da prevalência estar realmente nos elementos pesados. Chega a ser dificil apontar faixas de destaque. Como um todo o álbum é bem legal de se ouvir, com faixas trabalhadas e que não enjoam. No fim das contas, é um disco que se encaixa tipicamente na proposta do Paradise Lost: Uma mistura de elementos pesados com um toque melódico. E que a mudança continue!